
Não há mais nada o que se pensar e nem o que se sentir
Eu sou uma estranha pra mim mesma.
Tornei-me um monstro.
As coisas que eu fui capaz de fazer me assustam
Acabo de chutar meus princípios e engolir minhas opiniões.
Vomitei o que restava de vida em mim.
Minha indiferença com tudo é cruel, tornei-me tão fria que já não sinto diferença nos dias de sol.
Deixar de crer naquilo que julgamos certo é tornar-se errado para si ou seguir uma nova verdade?
Crer em uma nova verdade é mentir para si ou fugir do desengano?
Tornei-me um monstro. Nem eu me amo mais.
Desacreditei de mim.
Fui decepcionada e magoada por mim mesma.
E eu que confiava em mim... Sou tão humana quanto não queria ser!
"Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor. " (Os Insetos Interiores - Fenando Anitelli)