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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu...

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

A dor que dóis mais, Martha Medeiros.

domingo, 5 de julho de 2009

Se todos fossem no mundo iguais a você ...

Vai tua vida,
Teu caminho é de paz e amor
Vai tua vida é uma linda canção de amor
Abre os teus braços
E canta a última esperança
A esperança divina de amar em paz

Se
todos fossem iguais a você
Que maravilha viver
Uma canção pelo ar,
Uma mulher a cantar
Uma cidade a cantar,
A sorrir, a cantar, a pedir
A beleza de amar
Como o sol,
Como a flor,
Como a luz
Amar sem mentir,
Nem sofrer

Existiria verdade,
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo iguais a você





* Uma homenagem a uma grande amigo, que mesmo de longe me deu muitas alegrias e que agora vai pra mais longe de mim.
Eu te adoro muito Felipe Souza, te desejo toda a felicidade do mudo.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Conclusão: eu sou um ET.

Padrões da sociedade para adolescentes...

Se você gosta de ouvir MPB e Bossa Nova é excluído: ninguém ouve essas ‘músicas de velho’;

Se não se importa (e até gosta) de sair junto com os irmãos, pais, avós ou mesmo conviver com pessoas mais velhas: é retardado;

Se acha importante cuidar do planeta ou gosta de política, vira motivo de piada; Se não se importa com confusões e fofocas tolas, é por que morre de medo;

Se gosta de ler ou de escrever, é ‘nerd’;

Se entende que os professores estão certos sim e que são os alunos que estão a cada dia mais mal educados: puxa-saco.

O certo é pintar as unhas na aula de física,

E depois dizer que o professor não ensina;

Enrolar durante a aula toda pra que não tenha muita matéria;

Torcer pra que tenha alagado a sala de aula e não tenha aula.

O padrão é ver Pânico na TV;

Gostar de funk, forró e pagode;

Falar mal da vida dos outros;

Não estar nem aí pro meio ambiente;

Ter piercing no umbigo, fazer academia e ser a mais gostosa da turma.

A moda começa na cor do nome no MSN;

É escrever errado;

É usar foto shop pra que a foto fique perfeita;

Usar preto, roxo, listrados e roupas iguais que se compra de balde;

Chorar pra tirar foto e fazer pose de depressão.

Divertido é beber até passar mal;

É transar com todo mundo e dizer que não importa com que os outros pensam,

Ou arrumar um namorado e tornar-se esposa;

É pôr um vestido bem curto e dançar o funk que tiver a letra mais bagaceira.

Conteúdo é a dança do créu;

Poesia é a dança do quadrado,

Sucesso é ser ‘Linda e absoluta no seu CrossFox’

O momento é da Gaiola das Popozudas.

Eu me orgulho da minha geração e do futuro do meu país.