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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Alguns fantasmas e mais contradições.

Confesso que dos amores que eu tive três eu jamais esqueci.
Sim, eu não só amei três homens ao mesmo tempo, como ainda amo. Tem dias em que eu amo os três e meses em que só lembro de um. Todos me fazem muita falta e nenhum deles eu tive como meu por tempo suficiente pra descobrir que ele sozinho me completaria, talvez seja por isso que não os tenha esquecido.
Um deles eu perdi por motivos que prefiro não revelar, me envergonho deles até hoje;
Outro eu perdi porque sou uma idiota;
E o terceiro, bem... Esse fica comigo uma vez por ano. Mas é uma vez só.
E o leitor que não me entenda mal: eu amei um de cada vez no seu tempo, depois é que eu descobri que amo os três. E se eu tivesse do meu lado um deles, não iria querer os outros e também não deixaria de amá-los: mas não sentiria a ausência e nem a presença. Como se o sentimento ficasse congelado, mas ali.
A minha única dúvida é se apenas um me bastaria.
Parece até engraçado, mas os três juntos me completam. E eu não teria coragem de enganar nenhum deles, não outra vez.
E eu amei cada um, separados.
Machuquei pelo menos dois. E me mato por dentro até hoje por ter feito isso.
O terceiro é que pisa em mim, e pisa com prazer.
Talvez eu mereça, ele é o meu Karma, meu castigo pelos outro dois. E eu gosto disso...
O primeiro eu daria o meu mundo pra esquecer,
O segundo eu até gosto de lembrar
E o terceiro é o mundo que eu nunca conheci.

E me lembro deles todos os dias e quase ninguém sabe. Dois nem lembram mais de mim. E a saudade? Bom, pior que sentir saudade é não ter notícias de quem se ama...
Mas saudade não é de todo ruim: eu nunca ando sozinha, os meus fantasmas me acompanham em todo lugar. Se hoje eu não me sinto vazia é por causa deles,
Que me enchem de vida todos os dias.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Pode invadir ...



... ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir
Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar
Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro
Toque muito em mim. Principalmente nos cabelos, e minta sobre minha nocauteante beleza
Tenho vida própria, me faça sentir saudades
Conte algumas coisas que me façam rir
Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me
Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa.
Respeite meu choro. Me deixe sozinha só volte quando eu chamar e não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada
(Então fique comigo quando eu chorar, combinado?)
Seja mais forte que eu e menos altruísta!
Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço.
Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, cheiros, olhos, mãos...
Leia, escolha seus próprios livros, releia-os.
Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não goste tanto de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai.
Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês mas me faça uma louca boa. Uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ...
Goste de música e de sexo
Goste de um esporte não muito banal
Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua família... isso a gente vê depois ... se calhar ...
Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora
Quero ver você nervoso,inquieto. Olhe para outras mulheres, tenha amigos que se tornem meus amigos e digam muitas bobagens juntos.
Me conte seus segredos ... Me faça massagem nas costas.
Não fume. Beba, chore, eleja algumas contravenções.

Me rapte!
Se nada disso funcionar (...)


Martha Medeiros.

domingo, 9 de agosto de 2009

Meu Hedonismo forçado às vezes me mata:





Corrói o meu coração aos pouquinhos...
Bem devagar, para que eu sinta todos os dias.

E aprisiona o prazer no mesmo cárcere das lembranças que eu quero esquecer.


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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

"... Somos o todo, feito de nada."

As pessoas falam umas das outras como se tivessem um profundo conhecimento da alma humana, julgam como se soubessem tudo o que se passa na cabeça de todas as pessoas. Quando na verdade, não sabe nem de si.
O ser humano jura que sabe de tudo e, principalmente se esse 'tudo' for relacionado aos outros. Afinal é muito fácil adivinhar o que uma pensa através dos atos dela, por exemplo. Mais fácil ainda, é convencer-se disso, como se cada é pessoa fosse apenas aquilo que faz, sem um porquê por trás de cada ato.

Eu desisti dos seres humanos. Conclui que tentar entender a humanidade além de ser perda de tempo, é deprimente.
Agora eu quero aprender a fazer o contrário do normal. (Ok, uma anormalidade talvez?) Não, eu não me considero louca, me considero uma das únicas pessoas normais, o que automaticamente me torna anormal.

Bom, eu não pretendo julgar uma pessoa pelo que ela veste,
Ou pelo jeito que ela fala,
Pelo jeito que ela olha,
Pelas músicas que ela ouve,
Pela criação que ela teve,
Pelas pessoas que ela anda,
Pelo sexo, pela opção sexual, pela idade ou pela religião.

Só a convivência mostra o que as pessoas são. Não, na verdade não, afinal eu sempre convivi comigo mesma e não tenho certeza sobre quem eu sou. Mas, se eu não sei nem de mim, como eu vou saber dos outros?

Sinceramente, o ser humano é mais uma das minhas eternas dúvidas.E quanto mais eu penso, mais extra terrestre eu me sinto.